Brazilian Guitars: resgatando a história!

Sabe aquela guitarra encostada no porão da sua casa a décadas, escrito atrás do headstock de forma bem apagada "Made in Brazil"? Saiba que ela pode ter feito história! Vamos aqui relembrar as guitarras brazucas que fizeram história!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Por dentro da Tagima: Parte 4

Olá. Finalmente chegamos à quarta e última parte da série Por dentro da Tagima.

Já vimos todo o processo de fabricação dos instrumentos da linha Brasil, desde a seleção das madeiras até a embalagem final, onde os instrumentos já estão prontos para irem às lojas. Nessa postagem, abordarei um pouco a respeito da linha importada da Tagima, e também farei as considerações finais dessa série de postagem com os devidos agradecimentos.

As séries Acoustic (violões [menos o Módena] e guitarras semi-acústicas), Tagima Special (guitarras e baixos) e Memphis (guitarras, baixos e violões) são fabricados da China por fabricantes terceirizados. Mas não pensem que vão diretamente da China para as lojas. Os instrumentos são todos recebidos na fábrica da Tagima (em São Paulo/SP), conforme a foto abaixo, onde é possível ver várias caixas de instrumentos importados atrás da grade.


As guitarras, baixos e violões são desembalados, regulados e testados. Na foto abaixo, vemos um profissional regulando e testando uma Tagima Jazz 1750 (à esquerda) e outro provavelmente uma Memphis MG-32.


E na foto abaixo, outro profissional regula e testa um violão Memphis AC-40, recém retirado da caixa.


Como a viagem da China até o Brasil é longa, os instrumentos podem sofrer pequenas avarias na pintura ou outros tipos de problema. Se for simples, é solucionado na fábrica. Na foto abaixo, à esquerda embaixo, é possível ver algumas guitarras Memphis, que provavelmente vieram com alguma pequena avaria na pintura, esperando para serem lixadas (com uma lixa bem fina) e polidas.


Pronto. Agora todos os instrumentos estão prontos, tanto os nacionais quanto os importados. Só falta irem às lojas e depois aos consumidores.

Quem ainda tiver dúvidas sobre a fabricação dos instrumentos Tagima, vejam o vídeo do Márcio Zaganin (atual luthier da Tagima) explicando resumidamente o processo de fabricação de uma Tagima T-635:

http://www.youtube.com/watch?v=sB4KgSHvctE

Também, se quiserem tirar dúvidas, acessem os links abaixo:

Perfil Brazilian Guitars no Orkut:

http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=4350286350636080593

Comunidade Oficial Blog Brazilian Guitars:

http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=98376078

Comunidade Oficial Tagima:

http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=155221

Site Tagima:

http://www.tagima.com.br/

Chegamos ao final da série Por dentro da Tagima. Espero que tenham gostado, e que tenham tirado suas dúvidas sobre como que um instrumento é fabricado, como que é o processo etc.

Agradeço à Karen por ter agendado minha visita e ao William pela recepção e pela explicação detalhada de todas as etapas da fabricação. E, claro, obrigado a vocês, leitores.

Até a próxima.

Flávio Marcel

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Por dentro da Tagima: Parte 3

Olá. Chegamos à terceira parte da série Por dentro da Tagima. Vamos ver a parte final da fabricação dos instrumentos da série Brasil.

Após secarem, os corpos já pintados vão para a última lixa e o polimento, conforme as fotos abaixo.


Esse último lixamento é necessário porque a tinta, ao ser aplicada no corpo, não fica totalmente uniforme, por vários fatores. Então o profissional passa uma lixa bem fina, para deixar a pintura sem nenhuma imperfeição. Após a lixa, vai para o polimento, conforme foto abaixo.


No polimento, o profissional também aplica Poliflor, para que o instrumento fique bem brilhante. Na foto abaixo, corpos de Tagima Edu Ardanuy, braços de violão Módena dentre outros aguardam o polimento e o transporte até o último departamento, de montagem.

Finalmente, braços e corpos prontos. Agora, a montagem, penúltima etapa da fabricação.

Na foto abaixo podemos ver o departamento de montagem e regulagem, dos instrumentos. Notem vários corpos prontos, só aguardando a montagem.


E na foto abaixo, notem as guitarras T-635 já embaladas e prontas para irem às lojas e os cases, que acompanham quase todas os instrumentos da linha Tagima Brasil.


Nas 2 fotos abaixo, profissionais estão instalando tarraxas, captadores, ponte, jack etc.


Agora, só falta regular e embalar os instrumentos. Nas 2 fotos abaixo, instrumentos aguardam a regulagem final e o teste. Os que já foram testados, recebem o panfleto da Tagima, com o certificado de garantia e o manual de instruções.


Em breve, a 4ª e última postagem sobre a fábrica da Tagima. Eu pretendia fazer apenas 3 postagens, mas para não ficar muito grande, acabei dividindo em 4 partes.

Na 4ª parte, abordarei os instrumentos importados da Tagima (violões, guitarras semi-acústicas, linha Memphis e linha Special). Também farei as considerações finais e os agradecimentos. Aguardem.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Por dentro da Tagima: Parte 2

Olá. Essa é a segunda postagem da série Por Dentro da Tagima. Abordarei a fabricação do braço, pintura, colocação dos decalques etc.

Após o corte dos braços, estes vão para a parte de acabamento, conforme a foto abaixo.


Primeiro, são colocados os trastes, que é um processo delicado e totalmente artesanal. É fundamental ter bastante perícia, pois isso define a precisão da afinação e também o conforto ao tocar. São colocados, cortados os excessos, nivelados e, ao final, polidos, para ficarem uniformes. Após isso, o braço passa por mais um lixamento, para definir o shape. É mais um processo totalmente artesanal, depende da habilidade do profissional, que utiliza uma lixadeira, e faz a finalização é à mão. Se a guitarra for escalopada (E1,E2, JA1, JA2 etc), é nesse departamento que isso é feito, outro processo manual.

Agora, com o corpo e o braço já prontos, chegou a hora de receberem pintura. Alguns braços recebem pintura no headstock, outros também na parte traseira e outros só verniz, como a T-635, T-735, T-505 etc. Abaixo, uma foto da cabine de pintura, que tem um esquema especial de filtragem do ar, para proteger a saúde dos profissionais que trabalham nessa área.


Os corpos recebem a pintura, o verniz, e secam por 3 dias antes do polimento final.

As guitarras com pintura craquelada passam por um processo um pouco mais trabalhoso. Primeiro é aplicada a tinta de fundo (no caso da Arrow: tinta cinza chumbo), após secar, a tinta é toda nivelada, para não ter imperfeições. Após isso, aplica-se a outra tinta (na Arrow, tinta preta) junto com um reagente químico, que produzirá o efeito craquelado. Quase que imediatamente a pintura já começa a “rachar”. O interessante é que como é um processo químico, cada instrumento fica diferente do outro. Vale ressaltar que até as condições climáticas podem afetar em como que ficará o craquelado.

Na foto abaixo, alguns corpos de Tagima Arrow secando após receberem a pintura.


Os braços que possuem o headstock pintado passam também pelo mesmo processo de pintura. Na foto abaixo, vários braços das guitarras modelos Edu Ardanuy e Arrow secam, algums já com decalque e outros ainda não. Há também 2 braços de T-735 à esquerda e atrás um braço de T-505.


Quando os headstocks já estão secos, recebem o decalque com o logotipo da Tagima e mais o complemento, dependendo da guitarra, como “Edu Ardanuy Signature Series”. Esse processo pode ser conferido na foto abaixo.


É um processo delicado, pois se não for feito corretamente, pode criar bolhas embaixo do logotipo. O decalque é colocado na água (para que não entre ar) e depois sobre o headstock. Então o profissional pressiona até sair todo o ar e a água, seca bem e depois, com o auxílio de uma fita adesiva, retira o papel do decalque e o headstock está pronto.

Na última foto dessa postagem, alguns braços já pintados e com decalque, prontos para irem para a montagem. Mas isso será assunto da próxima parte dessa série (penúltima), assim como o polimento final do corpo e a embalagem.



Até a próxima postagem!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Por dentro da Tagima: Parte 1

Olá. Vou começar agora uma série de algumas postagens abordando a Tagima. Visitei a fábrica e o Willian me mostrou todo o processo de fabricação, desde o recebimento das madeiras “cruas” até o instrumento final. Postarei também fotos exemplificando melhor o processo de fabricação. Espero que gostem.

Por dentro da Tagima: Parte 1

Primeiramente, a Tagima recebe as madeiras (cedro, marupá, marfim, ash, maple, etc), são cortadas do mesmo tamanho e são preparadas para entrar na estufa.


Após o corte, as madeiras vão para a estufa, onde ficam por certa de 4 a 6 meses à temperatura de aproximadamente 50°C.


Quando passa o tempo correto, as madeiras estão já no ponto correto de secagem, com a ‘cura’ ideal, as peças descansam por alguns dias, para se aclimatarem novamente e ficarem estáveis. Se a peça de madeira for retirada da estufa e já for usada, pode ter sérios problemas, pode empenar, dar problemas na pintura etc.

Agora vamos à parte de marcenaria. Primeiro é feito o pré-corte, antes de a peça ser trabalhada e ganhar a forma definitiva. Na foto abaixo, um exemplo. À esquerda, reparem nos corpos de baixo Tagima Millenium Imbuia, de cedro e já coma folha de ébano e o tampo de imbuia colados, mas ainda sem a forma definitiva do instrumento.


Após essa etapa, o corpo começa a tomar a forma definitiva, através de gabatitos, utilizando máquinas fresadoras, que cortam a madeira no formato correto. Na imagem abaixo, à esquerda, é possível ver algumas dessas máquinas.


Nesse processo, primeiro o braço e o corpo são cortados no contorno correto. Em outra máquina, as cavidades (captadores, ponte, parte elétrica) são feitas. Quando o corpo está já com o desenho correto, é aplicada uma camada de poliéster, para impermeabilizar a madeira, fechar os poros. Após isso, retorna à parte de marcenaria, onde receberá os detalhes. Na foto abaixo, funcionários trabalham lixando os corpos.


Só como observação, a linha K1 e K2, que tem aqueles vincos no corpo, isso é feito pelo funcionário mesmo, na mão. Isso pode ser conferido na foto abaixo.


Quando ao corpo já está no formato correto, passa por lixas mais finas, onde a guitarra receberá o contorno final do corpo. Nessa etapa o corpo tem que ficar com a textura toda uniforme, para não ter nenhuma imperfeição, o que após a pintura ficaria evidente.


Após isso, a guitarra recebe a pintura.

Por hoje é só. Na próxima postagem, será detalhada a fabricação do braço assim como a pintura, colocação dos decalques e etc. Não percam!